Tocada Pelas Sombras - Richelle Mead

Continuando empolgada com a série, e sem conseguir me concentrar em outra estória para ler além da do mundo criado por Richelle Mead, me entreguei à necessidade quase que física de saber o que iria acontecer a seguir com a série e terminei de ler o último livro que tinha em mãos mais rápido do que eu deveria, e talvez gostaria.

Em Tocada Pelas Sombras, Rose está prestes a se formar e a completar seus 18 anos. Suas avaliações finais estão chegando ao fim e ela, junto com os outros aprendizes, serão colocados à prova com um teste de campo: cada um vai proteger um Moroi designado pela escola, durante seis semanas, com simulações de ataques Strigoi o tempo todo.

A estória começa um pouco depois do ocorrido no livro dois, e os envolvidos ainda estão tentando superar as perdas. Além de se preocupar em fazer bonito em sua avaliação; ela tem de lidar com o julgamento de Victor Dashkov, o grande vilão de O Beijo das Sombras, o livro 1, que tem a possibilidade de ser libertado; tem que lidar com a realeza Moroi e ainda tem que descobrir se está ficando louca ou se está sendo assombrada por fantasmas.

Esse livro é impossível de ser largado. Mais do que os outros. Apesar de ter conseguido deduzir em pouco tempo quais eram os mistérios que Rose demora o livro inteiro para descobrir, eu ainda não consegui me desanimar com a estória. Ela está muito mudada nesse volume, suas reações são sempre imprevisíveis. Quando eu achava que ela ia explodir, ela agia de maneira calma e serena. Quando eu achava que ela ia se controlar, ela explodia. Ela age de maneira imatura uma hora e, na seguinte, ela é uma das pessoas mais maduras do lugar. Eu achei interessante.

Outro ponto forte foram as cenas de luta descritas na estória. Elas são sempre tão bem construídas que não tem como não ficar grudada, vidrada no livro. Ação é o que não falta neste volume.


Me vi surpreendida com todos os personagens dessa vez. Eu simpatizava com Adrian, que apareceu no livro 2, mas ele ganhou uma participação bem maior nesse livro e acabou surpreendendo por agir de forma contrária a qual eu esperava que ele fosse durante vários momentos. Terminei o livro com um abuso extremo de Lissa e a necessidade dela de ter suas necessidades atendidas por Rose o tempo todo. Essa estória de 'eles vêm primeiro' que os Dampiros precisam seguir à risca me irritou em alguns momentos, mas fiquei realmente abusada quando vi Lissa querendo que Rose seguisse isso à qualquer custo, sem pensar nela como a amiga que ela deveria ser. Sem conseguir colocar os desejos dela por um instante em segundo plano para ajudar Rose.

Terminei o livro desolada, de-so-la-da com o final que Richelle deu a ele. Eu entendi seus motivos, e concordo que foi uma jogada de mestre destruir um dos pilares mais fortes que ela tinha construído para a estória. Ela queria mostrar que nem sempre as coisas que planejamos dão certo, assim como na vida, e ela conseguiu fazer isso muito bem, mas a parte infantil e mimada de mim não consegue não querer um final lindo, colorido e florido para tudo - o que eu já deduzi que não vai acontecer.

[...] - Não - disse ela, com os olhos nas cartas. Depois de um longo silêncio, ela comentou: - Você vai destruir aquilo que está morto-vivo. [...]
Os olhos de Rhonda passaram pelas cartas, depois repousaram sobre Dimitri  , e sobre as cartas de novo. Seu rosto estava inexpressivo.
- Você irá perder aquilo que mais estima, então aproveite enquanto pode. - Ela apontou para a Roda da Fortuna. - A roda está girando, sempre girando. p.203-205

Apesar de tudo, ainda estou loucamente alucinada para saber o que irá acontecer a seguir. Não consigo deixar de sentir que as coisas agora serão como em A Esperança - duras, tristes, tudo em tons de cinza -, mas sendo a força que a Rose tem uma das coisas que mais gosto na série, estou muito animada para descobrir o que vem a seguir.